Poluição do ar: mortes prematuras nas capitais brasileiras causam US$ 1,7 bi em prejuízo

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Um novo estudo revelou o impacto financeiro das mortes prematuras causadas pela poluição do ar nas capitais do Brasil. Segundo a análise, feita pelo CDP e apresentada ontem (8/6), o país perde mais de US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 8,5 bilhões) por ano em termos de produtividade desperdiçada e gastos com saúde pública. Além das 27 capitais brasileiras, o estudo avaliou outras 65 cidades do país, abrangendo uma área urbana com cerca de 55 milhões de pessoas (25% da população).

O estudo também analisou o impacto da mudança do clima nessas cidades. Ao todo, 83 municípios relataram 307 perigos climáticos, como inundações, tempestades, secas e doenças causadas por insetos ou outros vetores. No que diz respeito à saúde, o impacto mais relatado está nas doenças transmissíveis, como malária e dengue, mas outros tipos de problemas, como doenças relacionadas ao calor, também foram identificados. Por ora, a adaptação à mudança do clima passa ao largo das ações públicas das prefeituras: apenas 11 cidades brasileiras relataram possuir planos de adaptação e 26 confirmaram a existência de inventários de emissões de carbono. Dentre as ações climáticas mais comuns citadas estão aquelas relacionadas ao transporte público e à mobilidade urbana, além do gerenciamento de resíduos. Estadão e O Globo deram mais informações.

O Valor destacou outro estudo que analisou o impacto das queimadas e da pandemia na saúde pública na Amazônia Legal. De acordo com o levantamento, feito pelo Observatório de Clima e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, cerca de 40 mil pessoas que sofriam de doenças respiratórias não conseguiram atendimento médico no ano passado. A superocupação dos leitos por pacientes com COVID-19 foi a principal razão. “O que terá acontecido com eles?”, perguntou o sanitarista Christovam Barcellos, coordenador do Observatório. “A preocupação é a convivência da queimada, aumentando ano a ano diante da alta das áreas desmatadas, causando muita doença respiratória. Isso, somado à COVID-19, é uma perspectiva trágica”.

 

ClimaInfo, 9 de junho de 2021.

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