Polônia anuncia fechamento da usina de carvão mais poluente da Europa… para 2036

Polônia térmica carvão

Depois de muita pressão interna e externa, o governo da Polônia decidiu pelo fechamento da usina termelétrica de Bełchatów, a mais poluente da Europa. A decisão é uma contrapartida para que a região de Lodz, onde a planta se localiza, possa receber recursos do Fundo de Transição Justa da União Europeia. No entanto, o prazo definido pelas autoridades polonesas e pela empresa PGE desagradou a ativistas que defendem o fim do uso do carvão: Bełchatów deverá ser fechada entre 2030 e 2036. A Reuters deu mais detalhes.

Enquanto isso, Varsóvia foi palco de manifestações nesta 4ª feira (9/6) de trabalhadores da indústria carvoeira e termelétrica contrários à proposta de eliminação gradual da extração e consumo de carvão. Os manifestantes protestaram contra os planos da UE para acelerar a transição energética, argumentando que eles colocam em risco milhares de postos de trabalho no setor fóssil e comprometem a segurança energética da Polônia. Os protestos foram organizados oficialmente por sindicatos, mas contaram com apoio de grupos políticos nacionalistas de direita, céticos da mudança do clima. A Associated Press repercutiu essa notícia.

Ainda sobre a Polônia e o carvão, a Comissão Europeia confirmou que participará do processo movido pelo governo da República Tcheca no Tribunal de Justiça da UE contra a expansão da mina de carvão a céu aberto de Turow, do lado polonês da fronteira. De acordo com a Reuters, a Comissão entendeu que a Polônia cometeu algumas infrações no processo de expansão da mina, em particular a falta de diálogo prévio com governos vizinhos antes de decidir pelo projeto. De acordo com Praga, a expansão da mina pode prejudicar as condições de vida em comunidades do lado tcheco da fronteira.

Em tempo: A eleição legislativa no México, realizada no último domingo (6/6), foi um balde de água fria nas pretensões do governo do país em aprovar mudanças na política energética em favor da geração termelétrica a carvão e gás natural. O partido Morena, do presidente Andrés Manuel López Obrador, deve obter cerca de 200 das 500 cadeiras da Câmara dos Deputados do México, e outros partidos aliados contarão com até 95 vagas. Assim, a base governista não terá os 334 votos necessários para mudar sozinha a Constituição do país, caminho sugerido por AMLO para superar obstáculos legais para seus planos de energia fóssil. O Climate Home destacou essa notícia.

 

ClimaInfo, 10 de junho de 2021.

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