Cúpula do G7 é chave para destravar negociações climáticas

G7 negociações climáticas

Pela 1ª vez desde o começo da pandemia, os chefes de governo das sete maiores economias do mundo se reunirão presencialmente a partir desta 6ª feira (11/6) na Cornualha, no Reino Unido. Ainda com a COVID-19 no radar, os chefes do G7 também querem aproveitar o encontro para engatilhar as negociações climáticas da ONU, de maneira a facilitar um entendimento global entre os países na próxima Conferência do Clima (COP26), marcada para novembro em Glasgow.

No entanto, está ficando cada vez mais claro que a agenda climática dificilmente será destravada ainda neste ano sem que os países consigam avançar com o processo de vacinação. O Financial Times destacou o desafio, assinalando que o G7 precisa apresentar algum encaminhamento prático para ampliar a distribuição das vacinas no mundo em desenvolvimento, sob o risco de prejudicar a participação dos países pobres na COP26 e, por tabela, o resultado dessas negociações.

Além das vacinas, o G7 também precisará mostrar mais serviço no que diz respeito ao financiamento climático. Sem ajuda financeira adicional, dificilmente os países em desenvolvimento conseguirão elevar o grau de ambição de suas metas nacionais de redução de emissões.

A Bloomberg teve acesso a um rascunho de declaração do grupo sobre o tema, que inclui o compromisso de cada membro com o aumento de suas contribuições financeiras para que os países mais pobres possam descarbonizar suas economias. Além de mais dinheiro, o G7 também sinaliza uma aposta mais forte nos carros elétricos para os próximos anos, transformados em símbolo da transição energética prometida nos planos de recuperação econômica.

Mais cética, Ciara Nugent diz na revista Time que o discurso verde dos países ricos por ora se resume mais a eco do que a substância. Fora a promessa de ampliação do financiamento climático dos EUA feita por Biden, nenhum outro país do grupo se comprometeu claramente com mais ajuda financeira para ação climática nos países pobres. Ao mesmo tempo, Alastair Marsh indicou na Bloomberg que as atuais metas climáticas das empresas que constituem os principais benchmarks de patrimônio líquido do G7 (como S&P 500, FTSE 100 e Nikkei 225) garantiriam um aquecimento de quase 3oC até 2100, acima das metas do Acordo de Paris. O levantamento foi feito pela iniciativa Science Based Targets (SBTi).

 

ClimaInfo, 11 de junho de 2021.

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