A demanda global por petróleo deve superar os níveis pré-pandemia até o final de 2022, segundo projeções da Agência Internacional de Energia (IEA) apresentadas na semana passada. Durante 2020, o consumo desabou em cerca de 8,6 milhões de barris por dia. Para 2021, a IEA espera que o consumo cresça 5,4 milhões de barris diários, na medida em que as atividades econômicas são normalizadas e a vacinação avança. Se as projeções se confirmarem, a IEA espera que a demanda diária de barris chegue a 99,5 milhões em 2022, acima da média registrada em 2019, antes da pandemia.
Ainda assim, a IEA alertou que a recuperação não está acontecendo de maneira generalizada: a aviação civil, por exemplo, ainda sofre com os efeitos da queda brutal no número de passageiros, em virtude das restrições internacionais de circulação de pessoas ao redor do mundo. A demanda por gasolina também se recupera a passos mais lentos, com muitas pessoas ainda vivendo sob restrições locais de circulação em muitos países.
Por outro lado, a IEA voltou a ressaltar que as estratégias de retomada econômica pós-pandemia na maior parte dos países ainda estão distantes de qualquer promessa de recuperação verde e de neutralidade das emissões de carbono até 2050. No mês passado, a agência apresentou uma proposta para o net-zero que foi recebida com ceticismo por alguns países: nela, a IEA recomendou a suspensão imediata de qualquer projeto novo de combustível fóssil, além de se triplicar os investimentos em fontes renováveis de energia na próxima década.
Bloomberg, Financial Times, Guardian, Oil Price, Reuters e RFI repercutiram a previsão da IEA sobre o mercado global de petróleo nos próximos meses.
ClimaInfo, 15 de junho de 2021.
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