Câmara e Senado articulam acordo para acelerar aprovação da MP que libera privatização da Eletrobras

privatização eletrobras

As lideranças partidárias do Congresso Nacional costuraram um acordo para permitir mais rapidez na tramitação da Medida Provisória (MP) que abre caminho para a privatização da Eletrobras. De acordo com a Folha, o relator da matéria no Senado, Marcos Rogério (RO), deve apresentar hoje na Casa um parecer que mantém a “espinha dorsal” da MP aprovada no mês passado pelos deputados. A expectativa dos parlamentares é que a MP seja votada pelos senadores já na 5ª feira (17/6).

A resistência à MP ainda é considerável no Senado. O Poder360 destacou um levantamento feito pela BMJ Consultores Associados que identificou 33 senadores contrários ao texto, 31 favoráveis e 17 indecisos. Para aprovação, será necessário apenas uma maioria simples dos senadores presentes no plenário. O cenário ficou mais difícil depois que a Consultoria Legislativa do Senado divulgou parecer técnico contrário à MP. Segundo o órgão, a medida é inconstitucional e as emendas apresentadas pelos parlamentares podem prejudicar o Nordeste, região com grande potencial para geração renovável de energia. O Estadão deu mais informações.

Falando em emendas, o Canal Energia elencou alguns dos “jabutis” inseridos no texto pelos senadores. As mudanças mexeriam na contratação de energia pelo governo, incentivando em grande parte a geração termelétrica a carvão e a gás – fontes fósseis que geram uma energia suja e cara. N’O Globo, Míriam Leitão fez os cálculos sobre o impacto financeiro dos jabutis na MP da Eletrobras: R$ 67 bilhões, levando em conta os valores previstos pelas emendas (R$ 41 bi), em obrigações políticas (R$ 10 bi) e em impostos como ICMS e PIS/COFINS (R$ 16 bi). “Seria como se o consumidor tivesse que pagar uma Eletrobras para o governo vender a Eletrobras”.

Em tempo: Enquanto o setor elétrico coça a cabeça e os consumidores coçam o bolso, as empresas de energia renovável enxergam na crise uma oportunidade para ganhar espaço no Brasil. A Folha mostrou como algumas startups e fintechs estão facilitando as condições de contratação para equipamentos de geração solar, como prazos mais prolongados de pagamento e novas modalidades de crédito para financiar a contratação.

 

ClimaInfo, 16 de junho de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.