Metas climáticas para o transporte marítimo internacional ameaçadas por divisões políticas 

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A Organização Marítima Internacional (IMO) adotou nesta 5ª feira (17/6) novas medidas para o aumento da eficiência energética dos navios comerciais e a proibição do uso de óleo combustível pesado na região do Ártico. As ações se somam à estratégia anunciada em 2019 que prevê a redução da intensidade de carbono do transporte marítimo internacional em 40% até 2030 em comparação com 2008.

No entanto, para especialistas e ambientalistas, a IMO perdeu mais uma oportunidade para efetivamente alinhar o setor às metas climáticas do Acordo de Paris, com medidas insuficientes para reduzir sua pegada de carbono.

Pelo acordo firmado, a indústria de transporte comercial marítimo se comprometeu a reduzir suas emissões de carbono em 50% em relação aos níveis de 2008 até 2050, e a melhorar anualmente em 1,5% a intensidade de carbono das embarcações. Isto apesar de análises independentes sustentarem que o transporte comercial marítimo precisaria baixar sua intensidade de carbono em 7% ao ano para viabilizar um aquecimento global de, no máximo, 2°C até o final deste século em relação aos níveis pré-industriais.

O Climate Home destacou a atuação isolada das nações insulares do Pacífico, que defenderam na reunião a adoção de um modelo de precificação de carbono para o setor. As Ilhas Marshall e as Ilhas Salomão propuseram um preço-base de US$ 100 a tonelada do combustível tipo bunker. A ideia da precificação foi bem recebida pelos países europeus, mas abertamente rechaçada pelos demais governos. Para a maioria dos países, a taxação do carbono pode ser um caminho para novos cortes de emissão no longo prazo, não agora.

A Reuters repercutiu os novos compromissos climáticos da IMO e as críticas de especialistas e ambientalistas. Financial Times e Wall Street Journal também destacaram a divisão político- econômica entre os países no tema.

 

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ClimaInfo, 18 de junho de 2021.

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