As perspectivas meteorológicas para o próximo semestre não são animadoras e indicam uma continuidade da crise hídrica – e, com ela, o risco de colapso na geração hidrelétrica – em 2022. Na CNN Brasil, o professor Pedro Côrtes (USP) lembrou que a próxima temporada de chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil deve ser mais seca do que o habitual, o que deve manter o sistema elétrico nacional em estado de alerta ao longo do próximo ano. Ao mesmo tempo, o acionamento permanente das usinas termelétricas para compensar a queda na geração hidrelétrica manterá a tarifa energética em patamares altos. Já o professor Adilson de Oliveira (UFRJ), ex-consultor do governo FHC durante a crise elétrica de 2000-2001, disse ao Metrópoles que o racionamento pode ser inevitável em um cenário tão complicado e criticou a demora do governo em responder ao risco de colapso do sistema elétrico.
Com o fantasma do racionamento voltando a assombrar os brasileiros, as empresas correm atrás de geradores. Segundo o Valor, a demanda por equipamentos movidos a diesel ou a gás para servir de backup aumentou nas últimas semanas. Além de setores industriais, as fabricantes elencam a construção civil, a agroindústria, os shopping centers e os condomínios residenciais entre aqueles que mais buscam por geradores.
Em tempo: Não é apenas o Brasil que enfrenta o risco de apagão. A província de Guangdong, motor industrial da economia chinesa, também sofre com a falta de chuvas e com o aumento dos preços do carvão no mercado doméstico, o que dificulta a geração elétrica e o atendimento à crescente demanda por energia na região. Para evitar o colapso, autoridades locais determinaram cortes periódicos no fornecimento de energia ao longo da semana, prejudicando a operação e a produção das fábricas. Gigantes como Volkswagen, Honda, Procter & Gamble e Canon possuem fábricas na província e tiveram que se readequar à nova rotina. O Valor deu mais detalhes.
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ClimaInfo, 22 de junho de 2021.
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