A passagem de Ricardo Salles pelo ministério do meio ambiente (MMA) foi desastrosa. O saldo de 30 meses de gestão pode ser visto na explosão do desmatamento da Amazônia, no desmantelamento dos órgãos ambientais federais, na inclusão da política ambiental no noticiário policial, e na humilhação internacional imposta ao Brasil por causa da escalada da destruição ambiental. N’O Globo, Leandro Prazeres fez um balanço do rastro de devastação que Salles deixou para trás. Daniela Chiaretti escreveu no Valor que o ex-ministro “executou com eficiência” o que Bolsonaro queria para o meio ambiente desde antes de começar o governo. “[Salles] destroçou a pasta. O MMA segue sem orçamento e sem norte com o desmonte do IBAMA, a fragilização do ICMBio, a desmoralização da equipe técnica”.
Sua saída não se deu por causa dos resultados desastrosos de sua gestão, mas pelas encrencas judiciais que o ex-ministro acumulou nos últimos meses. “Salles saiu porque está respondendo a duas investigações no STF [Supremo Tribunal Federal]. Deixando de ser ministro, as investigações vão para a 1ª instância”, observou Míriam Leitão n’O Globo. Na Veja, Robson Bonin revelou que o Palácio do Planalto teria sido comunicado de que uma nova leva de provas contra o ministro poderia forçar o STF a pedir sua prisão.
E as encrencas tendem a aumentar mesmo com a saída do governo. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou o envio do celular de Salles para desbloqueio nos EUA porque ele não teria passado a senha do equipamento para os investigadores da Polícia Federal (PF). A Operação Akuanduba analisa o envolvimento do ex-ministro em um esquema de contrabando de madeira de origem ilegal. Estadão e Folha deram mais informações.
Enquanto o celular de Salles vai para o exterior, um grupo de parlamentares quer evitar que o ex-ministro tenha o mesmo destino. Eles pediram ao STF a apreensão do passaporte de Salles para evitar fuga do país. O Globo e UOL repercutiram o pedido.
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ClimaInfo, 25 de junho de 2021.
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