Sob risco de seca e tempestades tropicais, o Canal do Panamá quer investir US$ 2 bi em adaptação

seca Canal do Panamá

A equação climática dos operadores do Canal do Panamá é um “quebra-cabeças”, como observou o Wall Street Journal. Nos últimos anos, o corredor marítimo no istmo do Panamá conviveu com temporadas de chuvas abaixo da média histórica e, ao mesmo tempo, com tempestades poderosas que quase inundam suas represas e eclusas. A falta de água impede a travessia de embarcações mais pesadas e profundas pelo canal; o excesso de água, por sua vez, também compromete a operação, com a paralisação total da travessia em algumas ocasiões.

Para o governo do país, que tem boa parte de sua renda associada ao canal, qualquer perturbação dessa natureza representa um prejuízo bilionário. Por isso, o país anunciou um plano mastodôntico de US$ 2 bilhões para administrar e preservar as reservas de água, além de adaptar a infraestrutura para situações climáticas extremas. O dinheiro será aplicado em um conjunto de projetos a ser definido nos próximos dois anos e realizado até 2028. Além de obras de infraestrutura, o governo panamenho também quer investir no reflorestamento de áreas no entorno do canal.

Em tempo: O setor de transporte comercial marítimo possui uma das maiores pegadas de carbono do mundo. Fora do escopo das metas nacionais do Acordo de Paris, apenas recentemente os países definiram um conjunto de ações e objetivos para reduzir as emissões das embarcações comerciais de grande porte – tido, aliás, como insuficientes por especialistas e ambientalistas. O NY Times explorou uma das alternativas estudadas pelo setor para reduzir suas emissões: o uso de propulsão por velas de rotor cilíndrico. Hoje, essa tecnologia ainda oferece uma redução pequena no consumo de combustível (entre 3% e 15%), mas novos projetos estão sendo desenvolvidos para ampliar essa economia para além de 30%.

 

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ClimaInfo, 30 de junho de 2021.

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