O “cartão de visitas” da administração Bolsonaro no cenário ambiental internacional em 2019 foi a recusa do novo governo em sediar a Conferência da ONU sobre o Clima daquele ano (COP25), que tinha sido formalizada pela gestão Temer no ano anterior.
À época, Bolsonaro e o então ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, minimizaram a relevância do encontro e caçoaram da possibilidade do Brasil gastar dinheiro e atenção em um tema que, para eles, ameaçava a soberania.
Dois anos depois, Bolsonaro e Joaquim Álvaro Pereira Leite, sucessor de Salles no ministério, estão pensando na possibilidade de organizar em Brasília uma “COP paralela” ao encontro oficial (COP26) que será realizado em Glasgow, na Escócia, em novembro. Segundo Sonia Racy no Estadão, a ideia do governo é montar uma estrutura física na capital federal para realização de debates entre representantes do governo e da iniciativa privada, além de “ONGs de pequeno porte, para assistir e intervir de modo online”.
Ao mesmo tempo, Pereira Leite também parece preocupado em recuperar a presença do governo brasileiro na conferência oficial. De acordo com Guilherme Amado no Metrópoles, o ministro retomou conversas com a Apex-Brasil para montar um pavilhão no espaço da COP26 em Glasgow. A ideia tinha sido vetada pelo antecessor dele, Salles, que teria passado os últimos meses esnobando a proposta da agência de promoção do comércio exterior brasileiro. Em 2019, na COP25, o Brasil optou por não ter um pavilhão oficial em Madri, um vácuo que acabou sendo preenchido por uma iniciativa da sociedade civil brasileira, o Brazil Climate Action Hub.
Em tempo: A primeira grande mudança no ministério do meio ambiente sob a gestão Pereira Leite foi confirmada nesta 4ª feira (30/6), com a exoneração de Luis Gustavo Biagioni do cargo de secretário-executivo da pasta. O posto será ocupado por Fernando Wandscheer de Moura Alves, que atuava como secretário de articulação e parcerias do ministério da cidadania. A CNN Brasil deu mais informações.
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ClimaInfo, 2 de julho de 2021.
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