Amazônia tem 1º semestre com maior número de alertas de desmatamento desde 2015

5 de julho de 2021

A Amazônia registrou o 1º semestre mais devastador em seis anos, de acordo com o DETER/INPE. Entre 1o de janeiro e 25 de junho, 3.325,41 km2 de floresta tiveram alerta de desmatamento, uma área equivalente a mais de duas vezes a do município de São Paulo, um aumento de 8% na comparação com os primeiros seis meses de 2020 (3.080,95 km2).

Mesmo sem contabilizar os últimos cinco dias de junho, o número já supera a marca semestral registrada no mesmo período desde 2015, quando a série histórica começou. Segundo o G1, o Pará foi o estado mais afetado, com mais de ⅓ (1.251,96 km2) do total do desmatamento do bioma no 1o semestre deste ano.

Enquanto a floresta é derrubada, o governo federal segue enfraquecendo o sistema de fiscalização ambiental. A Reuters destacou o fracasso do modelo de “conciliação” imposto pelo ex-ministro Ricardo Salles. Desde 2019, quando a medida foi anunciada, mais de 17 mil autuações ambientais estão no “limbo”, aguardando audiências de conciliação; até agora, cerca de 500 audiências foram realizadas, menos de 3% do total.

A reportagem mostrou as dificuldades enfrentadas pelo IBAMA e pelo ICMBio para realizar o processo de conciliação, em particular a falta de pessoal para lidar com o alto volume de multas e a desmoralização dos órgãos ambientais pelo governo Bolsonaro.

Na semana passada, um grupo de 18 entidades enviou uma carta ao Tribunal de Contas da União (TCU) na qual pede análise e julgamento das ações do governo federal no combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia Legal. O foco do pedido é um balanço do orçamento do executivo federal para essas atividades, enfraquecido nos últimos anos mesmo com o aumento da destruição florestal.

O Congresso em Foco divulgou a carta e deu mais informações.

Em tempo 1: Enquanto a porção sul da Amazônia sofre com a estiagem e o risco de queimadas, a situação ao norte é bastante diferente: pelo menos 500 mil pessoas de comunidades ribeirinhas estão ilhadas no meio da floresta por causa da cheia histórica nos rios Negro e Solimões. Segundo O Globo, elas dependem da Defesa Civil e da ação de organizações sociais para receberem cestas básicas e itens de higiene sanitária, via barco ou helicóptero.

Em tempo 2: O jornal de direito internacional de Harvard (EUA) publicou um ensaio do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e da jornalista Patrícia Campos Mello, sobre o papel da Justiça no combate aos crimes ambientais e na proteção da Floresta Amazônica. No texto, os autores reconhecem que deficiências na lei e na aplicação dela pelo Estado estão entre os principais fatores por trás da destruição ambiental e recomendam duas ações para aplacar esses pontos – uma emenda constitucional para proibir a regularização de terras griladas, e a demarcação de Unidades de Conservação e Terras Indígenas.

 

Leia mais sobre Amazônia alertas de desmatamento e governo Bolsonaro desmonte ambiental no ClimaInfo aqui.

 

ClimaInfo, 5 de julho de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar