Macron desiste de referendo sobre lei climática na França

Macro lei climática constituição

O governo de Emmanuel Macron não foi capaz de superar divergências políticas no Senado francês e teve que desistir de uma das principais bandeiras do presidente para sua campanha à reeleição em 2023: a realização de um referendo para validar a inclusão da ação climática na constituição do país. O anúncio foi feito nesta 3ª feira (6/7) pelo primeiro-ministro francês, Jean Casteux.

A proposta tinha sido aprovada pela Assembleia francesa em maio, mesmo com críticas de ambientalistas e ativistas climáticos sobre a baixa ambição dos compromissos e ações apresentadas. Ainda assim, o Senado (controlado por partidos de direita opositores a Macron) não concordou com o tom da proposta e queria enfraquecê-la ainda mais. Para evitar a possibilidade de uma proposta ainda mais frágil, Macron preferiu retirar o projeto da pauta. Assim, o referendo popular prometido por Macron para antes das eleições presidenciais do ano que vem não acontecerá.

Um dos principais obstáculos para o entendimento está em um jogo de palavras. Enquanto os deputados defendiam incluir a “garantia da preservação do meio ambiente e da diversidade biológica” e o “combate às mudanças climáticas” no texto, os senadores propuseram termos mais vagos, como “preservação do meio ambiente” e “agir contra a mudança do clima nas condições previstas na Constituição”.

AFP, Bloomberg, Independent, Le Figaro, Le Monde, Reuters e RFI repercutiram a notícia.

 

Leia mais sobre França metas climáticas e Acordo de Paris no ClimaInfo aqui.

 

ClimaInfo, 7 de julho de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.