“Pantanal sitiado”: ameaças não se limitam ao fogo

Pantanal sitiado

As marcas da destruição do ano passado ainda são visíveis no Pantanal e o medo da nova temporada seca causar mais incêndios é latente. No entanto, o fogo não é a única coisa que ameaça o bioma. Como destacaram Lalo de Almeida e Fabiano Maisonnave na Folha, a maior planície alagada contínua do planeta está “sitiada”, cercada por outras três ameaças.

Primeiro, as usinas hidrelétricas da bacia do Alto Paraguai estão alterando o volume de água dos rios. “As usinas se sentem donas do rio, fazem o que querem do nosso Jauru”, comentou o pescador Francisco Freire sobre o rio com mais barramentos da bacia, com seis hidrelétricas em operação. “Solta água no dia que quer, fecha no dia que quer. Não estão aí para os peixes nem para as pessoas”.

Segundo, o desmatamento está avançando nas margens dos rios pantaneiros, puxado principalmente pela pecuária leiteira. Sem a vegetação nativa, o solo sofre com erosão, e os rios, com o assoreamento. Em alguns pontos, a areia acumulada diminuiu a profundidade dos rios de alguns metros para poucos centímetros. E, terceiro, a proliferação de lavouras agrícolas trouxe consigo o despejo de toneladas de agrotóxico no solo e na água do Pantanal.

Em tempo: Ainda sobre o Pantanal, as últimas semanas mostraram que as queimadas começam a se multiplicar na região. O Programa Queimadas (INPE) registrou neste ano 464 focos de calor, sendo 20% entre os dias 28 de junho e 4 de julho. Nos primeiros cinco dias de julho, foram identificados 65 focos, sendo 29 na 2ª e 3ª feira passadas (5 e 6/7). G1 e Globo Rural deram mais detalhes.

 

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ClimaInfo, 7 de julho de 2021.

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