Como lidar com o impacto mental da crise climática

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Os impactos da crise climática não se limitam apenas aos eventos extremos mais frequentes, à elevação do nível do mar e ao degelo das calotas polares. Existe um outro tipo de impacto que começa a ser analisado com mais detalhe apenas agora: o psicológico. Por mais que o debate público sobre clima venha priorizando abordagens mais construtivas em termos de ação e conduta, o pano de fundo ainda é bastante dramático – para não dizer apocalíptico.

No Financial Times, Simon Kuper destaca as duas armadilhas mais comuns no debate climático atual: o otimismo ilusório (que confia nas promessas de net-zero tiradas do chapéu por governos e empresas e no progresso da tecnologia para evitar o pior) e o pessimismo desmobilizador (que considera o pior cenário inevitável, independente de qualquer ação).

Um caminho eventual para escapar dessas armadilhas está sendo explorado na Áustria. Como a população em outros países desenvolvidos, a crise climática virou um gatilho de ansiedade e apreensão sobre o futuro para muitos austríacos. Nos últimos anos, especialmente durante os verões cada vez mais quentes, a busca por tratamento psiquiátrico relacionada com a questão climática cresceu no país, com as pessoas interessadas não apenas em pensar nos efeitos da crise em suas vidas, mas também no papel delas dentro do problema e na resolução dele. Esse argumento da responsabilização tem sido utilizado pelo governo do país para vender uma proposta ambiciosa de “reforma fiscal ecossocial”, que tem como ponto de partida a imposição de um preço sobre o carbono de todas as operações comerciais, desde o transporte rodoviário até o aquecimento doméstico. A Bloomberg abordou essa proposta e seu pano-de-fundo freudiano.

 

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ClimaInfo, 9 de julho de 2021.

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