Aquecimento pode expor quase 90% da população mundial a doenças como malária e dengue

DENGUE MUDANÇA DO CLIMA

Um estudo publicado por pesquisadores europeus na Lancet Planetary Health mostrou que mais de 8 bilhões de pessoas, que representam quase 90% da população global futura, podem viver em áreas sob risco de malária e dengue até 2080, caso a temperatura média global siga aumentando nas próximas décadas. Os números são baseados em projeções de um crescimento demográfico de cerca de 4,5 bilhões nesse período e um aumento de temperatura de cerca de 3,7oC até 2100.

Segundo o cientista Felipe Colón-González, um dos autores do estudo, a análise sugere uma forte correlação entre aumento de temperatura provocado pelo acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre e a maior incidência dessas doenças: “Os resultados mostram que cenários de baixa emissão reduzem significativamente o risco de transmissão, bem como o número de pessoas vulneráveis a ela”.

O estudo também indica que os governos precisam estar atentos e preparados para lidar com cenários mais dramáticos para se evitar o colapso da rede de saúde pública.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a malária é responsável pela morte de mais de 400 mil pessoas todos os anos, a maior parte de crianças. Já a dengue contamina de 100 a 400 milhões de pessoas anualmente, matando mais de 20 mil.

Os principais focos dessas doenças atualmente estão na África, mas o estudo sugere que o aumento da temperatura facilite a proliferação delas nas Américas do Sul e Central, na Ásia e nos países insulares do Pacífico.

Correio Braziliense, Guardian, Independent e Um Só Planeta repercutiram o estudo.

 

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ClimaInfo, 12 de julho de 2021.

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