Cadê os US$ 100 bilhões anuais? Países pobres cobram financiamento climático prometido por governos ricos

COP26 países pobres

Um dos tópicos que prometem ser quentes na Conferência da ONU sobre o Clima de Glasgow (COP26) é também um dos obstáculos estruturais mais significativos para a ação climática nos países em desenvolvimento – a questão do financiamento climático. Não à toa, lideranças políticas de países pobres e da ONU cobraram recentemente as nações mais ricas e emergentes do mundo – representadas no G7 e no G20 – por novos recursos, em especial para projetos de adaptação climática. A falta de novos compromissos financeiros preocupa, mas não tanto quanto o fato de que promessas antigas não foram cumpridas – e, pior, não há sinais de que isso aconteça até o encontro de Glasgow.

O Grist sintetizou a ira das nações pobres. Muitas delas embarcaram no Acordo de Paris em 2015 atraídas principalmente pela promessa feita pelos países desenvolvidos seis anos antes: a de estabelecer um fluxo constante de recursos, através do Fundo Climático Verde (GCF), de maneira a chegar em 2020 com ao menos US$ 100 bilhões anuais garantidos. O prazo passou e os recursos totalizados ainda estão distante da meta. Se não houver uma sinalização mais clara dos países ricos sobre esse compromisso, além da apresentação de novos recursos, o esforço diplomático que ergueu o Acordo de Paris – e que o manteve (aos trancos e barrancos) em pé até agora – poderá perder ímpeto e inviabilizar qualquer chance do mundo limitar o aquecimento em 2oC até o final deste século.

 

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ClimaInfo, 14 de julho de 2021.

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