Fiscalização zero: multas ambientais caem 93% na Amazônia sob Bolsonaro

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Diferentemente do desmatamento e das emissões de carbono do Brasil, que só cresceram desde a chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto, a fiscalização ambiental praticamente desapareceu sob a atual gestão. O Estadão mostrou dados de um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que indicaram uma queda abismal de 93% (44 processos com multas pagas) no número de autuações do IBAMA em 2019 e 2020, os dois primeiros anos do governo Bolsonaro, na comparação com a média dos quatro anos anteriores (688 multas quitadas).

Mudanças nas regras internas do ministério do meio ambiente e na legislação dificultaram o trabalho de campo dos fiscais e paralisaram o andamento administrativo das multas. Quem ganhou com isso foram os criminosos ambientais, como grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais, que aproveitam o apagão da fiscalização para “passar a boiada”, ao melhor estilo “sallesiano”.

Falando em desmonte ambiental, Nabil Bonduki apontou na Folha que as consequências de longo prazo dessas ações podem ser desastrosas não apenas para o Brasil, mas também para o resto do mundo, especialmente no que diz respeito à crise climática. “Os crimes ambientais que o governo Bolsonaro vem cometendo são tão graves e muito mais duradouros que os praticados no enfrentamento da pandemia”.

Em tempo: O cientista Gilberto Câmara explicou para O Globo a situação dramática vivida pelo INPE, uma das instituições científicas de maior renome do Brasil, ameaçada pelo negacionismo do governo Bolsonaro. “Com a falta de boas notícias, [o governo] resolve amordaçar o INPE, que é um mensageiro independente”, disse o ex-diretor do Instituto, citando a confusão promovida pelo Planalto na semana passada, ao anunciar mudanças na gestão das informações sobre queimadas que tiraram o INPE da divulgação dos dados.

 

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ClimaInfo, 20 de julho de 2021.

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