O balanço do 1o mês de verão no hemisfério norte: temperaturas recordes, enchentes relâmpagos e centenas de mortos

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“Ninguém está seguro”. Esse é o alerta do NY Times sobre o verão dos extremos climáticos no hemisfério norte. Ondas de forte calor se mesclam com chuvas intensas e inundações desde o oeste da América do Norte ao Sudeste Asiático, passando pela Europa. Muitos países desenvolvidos, tidos até pouco tempo atrás como os mais preparados para encarar as consequências da mudança do clima, são confrontados hoje com sua incapacidade prática para lidar com os efeitos mais devastadores e imediatos do clima extremo.

Nos EUA, o calor segue inclemente na costa do Pacífico, com temperaturas médias que superam os 30oC desde o começo da temporada, no final de junho. Com o calor, os incêndios florestais voltaram a assombrar os norte-americanos. No Oregon, bombeiros se desdobram há mais de uma semana na contenção de um megaincêndio que já consumiu 1,2 mil km2 de vegetação, uma área aproximadamente do tamanho de Los Angeles. Além das altas temperaturas e do ar seco, que facilitam a disseminação do fogo no solo ressecado, os ventos fortes característicos dessa região também alimentam o fogo e dificultam o trabalho dos bombeiros. Estadão e Reuters deram mais detalhes sobre a situação no Oregon.

Na Europa Ocidental, por sua vez, o problema está nas fortes chuvas que atingiram a região da fronteira entre Alemanha, Bélgica e Países Baixos no final da semana passada, causando enchentes históricas e a morte de mais de 160 pessoas. Enquanto os trabalhos de busca e salvamento seguem no oeste alemão, o nível do rio Reno segue bem acima do normal, o que provocou seu fechamento para embarcações de transporte mercante. Segundo a Reuters, a água já recuou em alguns trechos do rio, mas a situação no sul do país ainda é preocupante. A Deutsche Welle também destacou os esforços de resgate na Alemanha.

Na Índia, as chuvas de monção chegaram atrasadas neste verão, mas com muito mais força. Nova Déli ficou debaixo d’água nesta 2ª feira (19/7), com inúmeros pontos de inundação. Em Mumbai, as chuvas causaram a morte de pelo menos 30 pessoas. Outras três foram soterradas por um deslizamento de terra no estado de Uttarakhand, no norte do país, de acordo com a Reuters. Já no norte da China, na fronteira com a Mongólia, as chuvas causaram a ruptura de duas barragens. Mais de 16 mil pessoas foram evacuadas na cidade de Hulunbuir.

 

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ClimaInfo, 20 de julho de 2021.

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