Aquecimento global já causa prejuízos bilionários ao agronegócio brasileiro

aquecimento global e agronegócios

A Deutsche Welle destacou dados de um estudo recente que estimou o prejuízo que o agronegócio já enfrenta no Brasil por conta da crise climática. A cifra é alta: US$ 3,55 bilhões por ano só para a indústria da soja, que perde 5% de produtividade a cada dia de calor acima dos 30oC.

O desmatamento da Amazônia e do Cerrado está intimamente ligado a essa situação. “Com menos árvores na floresta, há menos umidade no ar e menos chuvas. Logo, o avanço do desmatamento impacta a produtividade do agronegócio brasileiro”, explicou Argemiro Teixeira Leite Filho (UFMG), um dos autores do estudo.

Ainda sobre o agronegócio, Rafael Walendorff destacou no Valor a articulação de países latino-americanos para defender os interesses da pecuária na cúpula global da ONU sobre alimentação, prevista para acontecer em setembro em Nova York.

A mobilização tem como alvo principal a definição de “exigências verdes” de grandes importadores de alimentos, o que pode resultar em mudanças não apenas nos hábitos de consumo, mas também no funcionamento da cadeia produtiva da alimentação – em particular, o estabelecimento de barreiras comerciais atreladas a critérios ambientais e de ação climática. Outro ponto, destacado aqui ontem, é a contestação de uma suposta “narrativa anti-carne” em voga na Europa e nos EUA.

Em tempo:  O governo do Mato Grosso lançou nesta semana uma chamada pública para atrair investidores para dois ramais ferroviários no estado, o que coloca mais pressão sobre a Ferrogrão, um dos principais projetos de infraestrutura do governo Bolsonaro. De acordo com a Folha, o projeto já conta com um interessado, a Rumo Logística, que se opõe à Ferrogrão e enxerga na proposta mato-grossense uma maneira de inviabilizar a ferrovia federal. O projeto do MT está orçado em R$ 12 bilhões para construção de 730 km de trilhos. Enquanto isso, o Valor destacou a reação do ministro Tarcísio Freitas, principal proponente da Ferrogrão, às críticas de ambientalistas e indígenas contra o projeto. Ao invés de responder aos questionamentos, o ministro preferiu menosprezá-los, chamando-os de “ideológicos” (um dos adjetivos preferidos deste governo); disse ainda que “quem fala que [a obra] vai devastar florestas, que vai acabar com o meio ambiente, está mentindo”.

 

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ClimaInfo, 22 de julho de 2021.

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