Em Londres, John Kerry manda recado para o Brasil 

John Kerry Londres

Em visita ao Reino Unido, sede da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), o enviado especial dos EUA John Kerry defendeu que os países intensifiquem esforços no combate às mudanças climáticas. Ele também indicou que o governo Biden pretende facilitar o cumprimento da meta de financiamento climático para os países em desenvolvimento, algo que não foi atingido até agora – ao menos US$ 100 bilhões anuais em recursos para mitigação e adaptação a partir de 2020. Por outro lado, o representante norte-americano não ofereceu nenhuma informação sobre compromissos financeiros adicionais dos EUA, o que tem sido motivo de frustração para governos de países pobres e ativistas climáticos em todo o mundo.

Para o Guardian, pontos da fala de Kerry podem ser vistos como um alerta a países como Brasil, Rússia e Arábia Saudita para não atrapalharem o processo de negociação da COP26.  No caso do Brasil, o recado veio sem menção explícita: “Em um momento em que muitos países estão se comprometendo a plantar mais árvores como soluções baseadas na natureza, outros países estão na verdade cortando mais árvores e continuando a derrubar ilegalmente a floresta tropical. Eles estão removendo os pulmões do mundo, destruindo a biodiversidade insubstituível e desestabilizando o clima – tudo ao mesmo tempo.”

Outro foco de Kerry foi a China: “Não é segredo que China e EUA possuem muitas diferenças. Mas, no clima, a cooperação é a única maneira de nos libertarmos do atual pacto de suicídio mútuo do mundo”, disse Kerry. “Os EUA precisam que a China tenha sucesso na redução de suas emissões, e a China precisa que os EUA façam o mesmo”.

Associated Press, BBC, Bloomberg, Financial Times e Reuters repercutiram a fala de Kerry.

 

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ClimaInfo, 21 de julho de 2021.

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