A importância da sensibilidade climática das nuvens

nuvens e clima

Parece definitivo que as nuvens não reduzem o aquecimento global. A probabilidade de que o feedback das nuvens seja negativo é menor que 3%. A sensibilidade climática é definida como a elevação da temperatura quando dobra a concentração de dióxido de carbono na atmosfera.

A maior fonte de incerteza para cravar esta sensibilidade são as nuvens. Por serem brancas, as nuvens refletem parte da radiação solar que chega na Terra. Por serem feitas de vapor d’água, absorvem o calor refletido das superfícies de continentes e mares. A última avaliação do IPCC indicava uma margem de incerteza alta e não apontava se o efeito geral das nuvens é aumentar ou diminuir o aquecimento global.

Um trabalho publicado na PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) usou muitos dados e aprendizado de máquina para reduzir as incertezas de como a ciência entende a resultante dos efeitos das nuvens sobre o aquecimento global.

É praticamente certo que o esfriamento não predomina e que elas amplificam o aquecimento da atmosfera. O resfriamento produzido por nuvens baixas, compactas e brilhantes, que refletem muita radiação solar é largamente compensada pelas nuvens altas, esparsas, formadas por cristais de gelo são transparentes à radiação solar, mas absorvem o calor refletido pela superfície do planeta. Vale ver o comentário da Carbon Brief.

Em tempo: Mosquitos proliferam mais em temperaturas mais altas e, daí, o receio de que doenças por eles transmitidas se tornem mais prevalentes. Um trabalho publicado na Plos Digital Health mostrou que talvez não. Nossos conhecidos Aedes aegypti infectados com o vírus da dengue ficam mais sensíveis ao calor. Assim, é possível que o próprio aquecimento global limite a expansão da dengue, zika e chikungunya. Por outro lado, uma das formas encontradas para enfrentar esses mosquitos é injetá-los com uma bactéria, a Wolbachia, que impede que o vírus se desenvolva. O trabalho também mostrou que o calor também afeta estes mosquitos.

 

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ClimaInfo, 26 de julho de 2021.

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