Agricultores temem prejuízos com superfrente fria

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A chegada de uma frente fria associada com uma intensa massa de ar polar promete derrubar a temperatura em boa parte do Brasil nos próximos dias. No Sul, especialmente na região serrana de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os termômetros podem chegar à -10oC entre 4ª e 5ª feiras (27-28/7). A temperatura deve seguir baixa até o fim de semana, com máximas que não passam dos 10oC.

No Sudeste, os termômetros também podem chegar a índices negativos em áreas mais altas, como a Serra da Mantiqueira. No Rio de Janeiro, existe a possibilidade de nevar na região do Parque Nacional de Itatiaia. Na grande São Paulo, a sensação térmica pode chegar a zero durante a madrugada e as primeiras horas da manhã, também com mais intensidade entre 4ª e 5ª feiras.

O frio vai chegar a regiões pouco acostumadas com temperaturas baixas, como o Centro-Oeste. O Mato Grosso do Sul pode registrar temperaturas negativas na região de Rio Brilhante. Já Cuiabá, uma das capitais brasileiras mais quentes mesmo durante o inverno, deve ter temperaturas na casa dos 15oC.

A intensidade e a maior duração do período de frio mais forte causam preocupação para o agronegócio brasileiro. O Globo Rural mostrou os impactos nas lavouras de café, grãos e pastagens. Em Patrocínio (MG), por exemplo, até as orelhas e rabos de vacas ficaram “congelados”. Segundo a cooperativa Minasul, citada pelo Valor, as perdas dos produtores de café arábica em MG com as geadas da semana passada podem ser de 25% na próxima safra. A depender do frio desta semana, os prejuízos somados podem superar os 30%. Como reflexo das geadas, os preços do café em Nova York subiram quase 10% ontem (26), segundo o Canal Rural. Em Ribeirão Preto (SP), o risco das geadas é maior para a produção de cana-de-açúcar. Segundo o G1/EPTV, os agricultores preveem diminuição na qualidade da matéria-prima, além de perda de peso e sacarose nas usinas. O UOL também destacou os prejuízos esperados pelos agricultores nos Sudeste e Centro-Oeste.

Mesmo no Sul, onde os produtores cultivam culturas adaptadas ao frio, como trigo e cevada, temperaturas inferiores a -10oC podem trazer perdas consideráveis. No entanto, segundo a Folha, a preocupação mesmo está na possibilidade de novas frentes frias avançarem calendário adentro, em agosto e setembro, quando a maioria desses cereais estará em floração ou enchimento dos grãos. No Mato Grosso do Sul, isso já é uma realidade: como o clima retardou a safra da soja, o milho safrinha ainda está em fase de maturação e enchimento, segundo Safras & MercadosEstadão, Exame, Folha, Globo Rural e O Globo também repercutiram a chegada da frente fria.

 

ClimaInfo, 27 de julho de 2021.

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