Mesmo com eventos extremos, China desacelera ambição climática

COP26 China NDC

Enquanto cientistas e ativistas climáticos apontam para os eventos extremos das últimas semanas como mais uma razão para os países acelerarem a transição para o net-zero, a China parece pouco disposta a seguir a orientação. O país não apresentou seu plano climático (NDC) revisado à ONU dentro do prazo definido para análise coletiva antes da próxima Conferência do Clima de Glasgow (COP26) e segue sem uma previsão clara de quando isso acontecerá.

O enviado especial do governo chinês para o clima, Xie Zhenhua, afirmou que Pequim pretende submeter sua contribuição nacionalmente revisada (NDC) para o Acordo de Paris “em um futuro próximo”. De toda maneira, o diplomata sugeriu que o plano chinês não deve ser diferente daquilo que já foi apresentado no último ano: a China quer atingir o pico de suas emissões até 2030 e descarbonizar sua economia até 2060.

Xie também criticou a pressão para que os países apresentem novos compromissos climáticos, argumentando que o caminho mais adequado seria cobrar o cumprimento das metas já definidas e apresentadas, sem se pautar pelo limite de temperatura estabelecido pelo Acordo de Paris – o de conter o aquecimento do planeta em 1,5oC em relação aos níveis pré-industriais neste século. “Agora é hora de agir e implementar nossos compromissos [já existentes], e não de discutir se [o limite de aquecimento] deve ser 1,5 ou 2 graus”, disse o enviado chinês. AFP, Associated Press e South China Morning Post destacaram a fala.

 

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ClimaInfo, 5 de agosto de 2021.

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