Em junho, 9 das maiores corporações siderúrgicas do mundo se comprometeram a reduzir 91% das suas emissões até 2050 e compensar os outros 9% para zerar suas emissões líquidas. O pessoal do Climate Action 100 publicou um estudo dizendo que o setor não está andando na velocidade necessária e que precisaria investir muito para trocar o carvão metalúrgico por fontes renováveis, recuperar uma fração cada vez maior de sucata para reprocessá-la e produzir mais aço com menos energia. Também no cardápio, ficar de olho na evolução de tecnologias de captura e armazenamento de CO2 (CCS). O estudo, alinhado com outras análises, diz que não é suficiente a indústria declarar metas de longo prazo. Ela precisa, agora, definir metas anuais ou de curto prazo e cumpri-las. O Financial Times, a Reuters e, por aqui, a Capital Reset comentaram o estudo.
Em tempo: Pablo Berrutti, analista de investimentos sustentáveis, escreveu um artigo instigante, na Responsible Investor, questionando se compromissos de neutralidade climática (net-zero) são só “bullsh*t”. Ele mostra vários casos da intenção deliberada de se fazer de verde. Ele fala, por exemplo, da prática de se apresentar os resultados da modelagem de cenários e o sucesso dessa “matemágica” de algumas petroleiras, só que nenhuma mostrou um único cenário em que elas estariam fora do jogo. Uma “bullsh*t” realmente atrevida.
Um pouco na mesma linha, o colunista da Bloomberg, Akshat Rathi, compara os inventários corporativos de emissões com o rigor dos relatórios contábeis. Ele diz que a contabilização das emissões das suas operações está razoavelmente bem estabelecida. Mas reportar as emissões do que vem antes – principalmente no que toca a produção de matérias primas e das fontes de energia, assim como as associadas à utilização dos produtos e, finalmente, o destino dado aos resíduos. Esse é o universo do chamado escopo 3, onde se declara o que interessa e não tudo o que ocorre.
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ClimaInfo, 9 de agosto de 2021.
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