90% dos empresários estão preocupados com as crises hídrica e elétrica

11 de agosto de 2021

A CNI ouviu quase 600 empresas de todos os portes sobre a crise de energia. A grande maioria (86%) disse que a principal preocupação é com o aumento do custo da eletricidade. 63% disseram também estar preocupados com a possibilidade de racionamentos e apagões. Em relação às propostas de mudanças no horário de funcionamento, ⅔ pensam serem de muito difícil implantação. Cerca de ⅓ dos pesquisados temem a crise hídrica, tanto por um aumento no custo, quanto pelo risco de racionamento. A notícia é da própria CNI e a pesquisa foi comentada pelos Poder 360, Globo, Metropoles, CNN e Agência Brasil.

A situação das represas segue piorando. O Globo comenta duas notas, uma do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e outra da CEMIG, ambas afirmando que a situação é bem ruim, mas que o sistema segue suprindo a demanda. Ontem, o website do ONS mostrava que o sistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade de armazenamento total do país, estava com menos de 25% da sua capacidade máxima.

Enquanto a ciência adverte para estiagens mais severas e mais frequentes provocadas pela crise climática, Adriano Pires, no Poder 360, segue defendendo mais térmicas a gás natural. Ele critica o planejamento energético por não ter projetado usinas na Amazônia com reservatório, mesmo, com isso, provocando mais desmatamento e agudizando as crises hídricas. E estende a crítica por não ter colocado as térmicas a gás na base.

O relatório do IPCC, que saiu na 2a feira, recebeu críticas pesadas por não ter colocado, em letras garrafais, a culpa da crise climática na queima de combustíveis fósseis. A situação mundial parece estar na beira do abismo. Defender a queima de mais  fósseis é, certamente, dar um passo à frente.

As grandes geradoras elétricas estão tendo que segurar a operação das suas hidrelétricas para poupar água e comprar energia mais cara das térmicas para cumprir seus contratos. Segundo o Valor, eventualmente a diferença recairá sobre os consumidores, mas, momentaneamente, ela impacta seus balanços.

A CNN trouxe uma matéria sobre indústrias que começaram a investir em geração renovável própria e em melhorar a eficiência de seus processos. A matéria também fala do mercado livre. Sobre este último, o Valor aponta para o aumento nos calotes por parte de comercializadoras que atuam no mercado livre. Algumas não se prepararam para a diferença de preços entre o que haviam contratado e o mercado spot neste momento de crise.

A Suno deu que, em 22 de julho, a geração eólica bateu outra vez o recorde de geração no Nordeste (11 GWm) ao mesmo tempo em que, segundo a CNN, o governo autorizava aumentar a importação de eletricidade da Argentina (⅔ geração é fóssil) e do Uruguai (97% renovável) e, em outra matéria, buscava ampliar a geração a diesel e gás natural.

 

Leia mais sobre crise hídrica e crise do setor elétrico no ClimaInfo aqui.

 

ClimaInfo, 11 de agosto de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine Nossa Newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar