Alertas do IPCC reforçam importância do financiamento e da adaptação climática

financiamento climático

As projeções e conclusões apresentadas pelo IPCC em seu novo relatório devem reforçar a demanda dos países pobres por mais financiamento para viabilizar ações de mitigação e adaptação. O problema é que, até agora, o volume de recursos internacionais destinados à tarefa não está apenas aquém das necessidades práticas: está muito abaixo do que tinha sido prometido pelas nações desenvolvidas há mais de dez anos.

Na Página22, Bruno Toledo analisou essa situação e ressaltou que a falta de dinheiro e o descumprimento das promessas financeiras feitas no passado pelos países ricos podem criar problemas graves nas negociações na próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26). “Sem recursos, a ação climática nos países pobres ficará inviabilizada, o que coloca em xeque o espírito do Acordo de Paris – por meio do qual todas as nações, ricas ou pobres, comprometeram-se a agir contra a mudança do clima”.

A questão financeira também foi ressaltada no Climate Home por Teresa Anderson e Harpreet Kaur Paul, da ActionAid. “Com a crise climática entrando em uma nova e perigosa fase de aquecimento e impactos, os países ricos não devem apenas cumprir suas promessas, mas também estabelecer compromissos que estejam de acordo com a necessidade real. Caso contrário, o risco de uma seca nas finanças climáticas pode deixar a COP26 – e o potencial de ação climática futura – em crise”.

A questão financeira se junta a outro ponto importante para os países pobres na agenda climática internacional: a adaptação aos efeitos da mudança do clima. Como a Reuters destacou, o desafio não diz respeito apenas às comunidades mais pobres e vulneráveis. Como os incêndios nos EUA e as enchentes na Europa Ocidental no último mês mostraram, até mesmo os países mais ricos do mundo estão tropeçando quando o assunto é preparar suas infraestruturas rurais e urbanas para enfrentar eventos climáticos extremos.

Ainda sobre adaptação, o Wall Street Journal fez uma análise específica dos alertas do IPCC para a intensificação de enchentes-relâmpago causadas pelas tempestades mais fortes. Dados do Observatório de Enchentes da Universidade do Colorado (EUA) mostram que três das cinco enchentes mais mortais neste ano foram causadas principalmente por chuvas torrenciais – tempestades de alta intensidade que geralmente duram um curto período de tempo e são uma das principais causas de enchentes. Mais recentemente, Alemanha, China e Reino Unido viveram episódios de enchentes-relâmpago que causaram destruição material e humana.

 

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ClimaInfo, 11 de agosto de 2021.

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