Crise hídrica-elétrica seria evitada se os governos tivessem ouvido a ciência

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A ciência vinha avisando que o clima mudou, que estiagens e enchentes estavam logo aí e que era preciso o país se preparar, se adaptar aos novos anormais. O recado dado pelo físico Paulo Artaxo, no Valor, não podia ser mais claro: estamos nesta situação porque os governos só pensam nas próximas eleições e empresas em retornos o mais rápido possível. Diante da crise climática, “precisamos de estratégia de governos e empresas que pensem em 20 anos para frente”, acrescentando que “o crescimento das economias ad infinitum para um planeta com recursos limitados só existe na cabeça dos economistas. Não é possível crescer 4% ou 5% ao ano para sempre em um planeta com recursos limitados”.

A situação é mais grave porque este governo não sabe o que fazer diante da crise. Ontem, mais de um mês e meio depois de ter vindo a público avisar que a crise existia, a Folha disse que o ministro Bento anunciou que começará em setembro o plano de recompensar aqueles que reduzirem seu consumo ou sua demanda no horário de ponta. E reafirmou que não há risco de racionamento, nem de apagões. Já passou da hora de se começar a escutar a ciência. Ou, pelo menos, se escutar as empresas. O Estadão comentou os planos de contingência de energia e água das Klabin, Rhodia e Ambev.

Em tempo: Enquanto a geração eólica offshore dispara na Europa e na China – mais 6 GW só no ano passado – aqui, 22 projetos esperam a regulamentação por parte do governo, algo ainda inexistente. Gabriela Rudy, no Valor, conta que eles poderiam acrescentar mais 40 GW à capacidade nacional.

 

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ClimaInfo, 13 de agosto de 2021.

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