Preocupados com alta nos preços, EUA pedem à OPEP aumento na produção de petróleo

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O governo dos EUA causou incômodo entre ativistas climáticos nesta semana ao pedir à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a ampliação da produção diária de combustível, em um esforço para conter os preços altos no mercado internacional. Isso tem prejudicado o processo de retomada econômica pós-pandemia nos EUA, com um aumento nos custos produtivos atrelados ao petróleo, e contribuído para o aumento da inflação no país.

Em comunicado assinado pelo conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, a Casa Branca argumentou que o acordo recente firmado pela OPEP e a Rússia para ampliar a produção em 400 mil barris diários até dezembro de 2022 é “insuficiente” para atender à demanda por combustível. Al-Jazeera, Financial Times, Forbes, Reuters e Wall Street Journal repercutiram a notícia.

O pedido dos EUA por mais petróleo aconteceu poucos dias após o IPCC recomendar ao mundo a aceleração da descarbonização da economia nesta década, e esse ruído foi abordado pela Bloomberg. Ambientalistas e ativistas climáticos criticaram o timing e a sinalização que isso passa ao mercado de que, a despeito das promessas ambiciosas de redução de emissões de carbono, o governo norte-americano segue mais interessado em gasolina mais barata no final do dia.

“Se esta é a posição do governo Biden, então a sua agenda de descarbonização está bem enterrada”, criticou Adam Tooze, professor da Universidade de Columbia, no Guardian. De maneira pertinente, ele destacou que a proposta da Casa Branca à OPEP vai contra tudo aquilo defendido por Biden desde a campanha presidencial e coloca em xeque não apenas a viabilidade desses planos climáticos, mas a vontade política do próprio presidente em tirá-los do papel.

Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia (IEA) reduziu suas previsões de demanda de petróleo até o final deste ano. De acordo com a IEA, o agravamento da pandemia nos EUA e na Europa, com o avanço da variante Delta do novo coronavírus, deve se refletir na demanda, com uma queda de 100 mil barris diários. Por outro lado, a agência revisou para cima a demanda prevista para 2022 em 200 mil barris por dia. Financial Times, Reuters e Valor deram mais informações.

 

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ClimaInfo, 13 de agosto de 2021.

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