Chegou a hora de “quebrar” a indústria petroleira?

indústria petrolífera

O relatório do IPCC lançado na semana passada aumentou o grau de alerta em relação à dependência dos combustíveis fósseis. A pequena janela de tempo que temos para conter o aquecimento em 1,5°C requer um cavalo de pau na economia global que troque em poucos anos os combustíveis fósseis por fontes de energia limpa. A imprensa publicou vários artigos sobre a necessidade do mundo se livrar das indústrias petroleira e carvoeira.

Isso se torna um grito de guerra, como conta Yessenia Funes, no The Guardian, citando que, nos EUA, as mudanças climáticas custaram mais de US$500 bilhões nos últimos cinco anos, pagos pela sociedade e não pelas petroleiras que as estão causando. Sem contar o crescente número de mortes lá e no resto do mundo.

A DW, menos ativista, cita o diretor executivo da IEA (sigla em inglês da Agência Internacional de Energia), Fatih Birol, dizendo que a distância entre a retórica de países e empresas e a realidade precisa ser zerada. “Fazer isso requer nada menos que uma transformação total dos sistemas de energia que sustentam nossas economias”. O problema, como diz outra entrevistada, é que os fósseis são o “sangue vital da economia moderna”, algo que a moça não vê como mudar de repente. O governo suíço foi na mesma linha ao recusar a se comprometer em zerar o consumo de fósseis a partir de 2050. Segundo a Reuters, eles alegam que o exército, a polícia e serviços de emergência poderão continuar queimando fósseis.

 

ClimaInfo, 16 de agosto de 2021.

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