O governo federal tenta enviar um sinal à comunidade internacional antes da COP26. Daniela Chiaretti informa no Valor que “a intenção é financiar os compromissos climáticos assumidos para 2025 e 2030 e conduzir o país na rota da neutralidade em 2050”. Porém, continua Daniela, “não está claro se há recursos para isso, se haverá esforços mais ambiciosos e se as iniciativas terão efeito real em frear o desmatamento e descarbonizar a economia”.
Por enquanto, o ministério da Economia está levantando junto aos demais órgãos do governo o quanto investem em projetos sustentáveis, com o Plano ABC do ministério da Agricultura, e qual a parcela de renováveis na matriz energética. A ideia parece ser medir o que existe e o que está planejado para viabilizar a implementação da NDC brasileira.
Mas será difícil emplacar uma mensagem positiva no exterior se a política antiambiental de Bolsonaro não mudar. E nada indica que esta mudança virá. O novo ministro do meio ambiente, segundo informa o Congresso em Foco, segue reproduzindo as políticas de Salles, embora em estilo bem menos midiático.
Enquanto isso, a sociedade brasileira vai se organizando para montar um cenário melhor para as políticas públicas. Na 4a feira, foi lançada a “Imagine Brasil”, iniciativa organizada pela Fundação Dom Cabral com a participação de pessoas de diversos setores da economia e da sociedade. A iniciativa repousa sobre os pilares de crescimento econômico e produtividade; inclusão social e econômica, meio ambiente e prosperidade; e políticas públicas e governança colaborativa.
Segundo o Valor, “os integrantes do movimento apontaram a necessidade de se evitar conotações políticas e de a iniciativa ser uma forma de luta contra a polarização. A ideia dos organizadores é fazer debates que levem à elaboração de propostas relevantes que sirvam de inspiração à elaboração de novas políticas públicas”.
Em tempo: Expressão “importada” pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a “greenflation” (inflação verde) está no radar. Em matéria recheada de declarações de agentes do sistema financeiro, o Estadão relata que para instituições financeiras do Brasil e do exterior a pressão veio para ficar e é um mal necessário, principalmente depois do alerta feito pelo IPCC na semana passada.
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ClimaInfo, 20 de agosto de 2021.
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