Focos de queimada em três biomas até agosto já superam patamar de 2020

focos de queimada São Paulo

Mesmo faltando uma semana para agosto acabar, o total de focos de incêndio desde janeiro na Mata Atlântica, no Cerrado e na Caatinga já supera o número totalizado nos primeiros oito meses de 2020. De acordo com o Programa Queimadas (INPE), a situação é mais grave na Caatinga, que experimentou um aumento acima dos 100% no número de focos – 3.298 até 22 de agosto de 2021, contra 1.643 no período entre 1º de janeiro e 31 de agosto de 2020. No Cerrado, o aumento foi de 11,55% (27.001 focos contra 24.205 no mesmo período no ano passado); na Mata Atlântica, o crescimento foi de 6,2% (10.268 focos contra 9.668). Os dados foram destacados pelo G1.

Já o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) destacou outro dado preocupante sobre as queimadas: segundo as medições da instituição, o Pantanal já acumula cerca de 261,8 mil hectares de área queimada neste ano, pouco abaixo da marca registrada no ano passado no mesmo período (265.300 hectares), ano de incêndios históricos no bioma. Folha, G1 e Poder360 repercutiram o dado.

Tal como em 2020, um dos principais fatores por trás do fogo pantaneiro é a estiagem, que deixa a vegetação ressecada e propensa à disseminação do fogo. A área afetada em 2021 se concentra no sul do Pantanal de Mato Grosso do Sul. Em Corumbá, autoridades municipais pediram ajuda ao governo do estado e à União para enfrentar o fogo. As chamas também ameaçam a cidade de Porto Murtinho. A Folha deu mais detalhes.

Em tempo: Cleide Carvalho destacou n’O Globo o desmatamento na bacia do rio São Francisco, a área mais afetada pela destruição florestal na Mata Atlântica nos últimos dois anos. Nesse período, pouco mais de 2 mil hectares de vegetação nativa foram suprimidos na região da nascente e da foz do rio. Das 47 bacias das unidades de gerenciamento de recursos hídricos da Mata Atlântica, 35 registraram desmatamento entre 2019 e 2020 e dez delas concentraram 80% do desmatamento total das bacias do bioma em estados como Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Bahia. Para a Fundação SOS Mata Atlântica, responsável, junto com o INPE, pelo Atlas da Mata Atlântica, a devastação contribui para intensificar a crise hídrica no centro-sul do Brasil.

 

ClimaInfo, 24 de agosto de 2021.

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