Governo começa a tirar a cabeça da areia e encarar a crise hídrica

racionamento de energia

Uma semana antes do prometido, o governo divulgou as regras para que os grandes consumidores passem a receber pela eletricidade que deixarem de consumir ou que deslocarem para fora do horário de ponta. Ainda faltam ajustes para que as regras saiam do papel. Empresas poderão ofertar em leilões ou situações análogas uma redução de consumo ou mudanças de horário. A ideia é que o governo precifique o risco hídrico e selecione as empresas que receberão para reduzir esse risco. O preço de referência é aquele do mercado spot. Se for maior, o governo usará uma das linhas de encargos para ratear entre todos os consumidores. Os consumidores residenciais e do pequeno comércio só foram convidados a bancar os custos. A notícia saiu nos epbr, Folha e O Globo. O Valor deu duas matérias a respeito.

O pessoal do IDEC irá enviar uma proposta para bonificar consumidores residenciais pela economia que alcançarem, oferecendo descontos na bandeira tarifária. A Folha conversou com Clauber Leite, do IDEC: “Sabemos que isso pode ter algum custo político, mas a falta de ação vai trazer prejuízos muito maiores para os consumidores”, diz. “A gente vê cenários de aumento de tarifas de 13% a 16% no ano que vem. Se nada for feito, isso pode ser muito pior”. Amanda Ohara, do iCS, acrescenta que não haverá engajamento da população enquanto o governo seguir tocando sem as clareza e transparência necessárias.

Em tempo: Miriam Leitão, n’O Globo, critica a postura “leniente” do governo frente à crise hídrica e à crescente inflação. Ambas impactam a economia com a conta mais pesada caindo sobre os mais pobres.

 

ClimaInfo, 25 de agosto de 2021.

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