Falta de recursos e bagunça governamental prejudicam combate ao fogo no Pantanal

queimadas Pantanal

Enquanto o fogo avança em praticamente todo o Brasil, o poder público bate cabeça para conseguir fazer o mínimo – apagar as chamas. Para o Estadão, Emilio Sant’Anna e Tiago Queiroz foram até Corumbá (MS) para mostrar as dificuldades enfrentadas pelos brigadistas do IBAMA para controlar os incêndios no Pantanal. A começar, falta o principal: água. Sem isso, o esforço para se controlar o fogo é “como jogar xadrez com a natureza”. A única tecnologia a favor dos brigadistas é um soprador – uma máquina que serve para tentar mudar a direção do fogo.

Além de recursos, falta também coordenação entre as diferentes instâncias do poder público. André Borges escreveu no Estadão sobre o embate entre fiscais do IBAMA e do ICMBio com policiais militares no Mato Grosso do Sul: mesmo com a legislação atual impedindo a atuação da PM na autuação ambiental, os policiais do estado começaram a aplicar multas.

A ação aconteceu após a assinatura de um acordo de cooperação entre o ministério do meio ambiente, o ICMBio e o governo do MS. No entanto, para os servidores do órgão ambiental, os policiais estão dificultando o acompanhamento desses processos. O acordo entre o governo federal e a PM sul-mato-grossense é visto como um “teste” para a inclusão das polícias militares no Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).

Enquanto isso, agosto fecha com um aumento de cerca de 17% na quantidade de focos de fogo no Brasil na comparação com o mesmo mês no ano passado. Desde janeiro, o número de incêndios foi quase 6% superior ao registrado nos oito primeiros meses de 2020. Esse dado preocupa, já que estamos entrando apenas agora no pior momento da temporada seca no Brasil, que costuma acontecer em setembro. A CNN Brasil repercutiu as informações.

Já o G1 mostrou que o total de queimadas na Mata Atlântica neste ano está no maior patamar em 15 anos: até 4ª feira (25/8), ocorreram mais de 11,2 mil focos de incêndio no bioma, número inferior apenas aos 15,6 mil registrados em 2006.

Em tempo: Poucos estados são tão afetados pelos efeitos das queimadas na Amazônia como o Acre. O Infoamazonia publicou mais uma reportagem de sua série sobre os impactos do fogo na saúde e no meio ambiente amazônicos, destacando o drama vivido pelos acreanos: em setembro de 2020, praticamente todos os municípios do estado tiveram mais de 26 dias com poluição do ar acima dos níveis tidos como aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A Folha também publicou a matéria.

 

ClimaInfo, 30 de agosto de 2021.

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