Dados lançados na semana passada pelo MapBiomas mostram a importância das Terras Indígenas para a preservação do meio ambiente no Brasil. Entre 1985 e 2020, apenas 1,6% do desmatamento registrado em todo o país aconteceu nessas áreas. Isso é ainda mais notável se considerarmos que as TIs abrangem 12% do território brasileiro.
Por outro lado, as áreas privadas concentraram 68% da perda de vegetação nativa nesse período, com destaque para o avanço da agropecuária – que ganhou 81,2 milhões de hectares nas últimas três décadas, um crescimento de 44% na área ocupada.
O MapBiomas analisou as transformações no uso da terra no Brasil desde 1985, a partir de imagens de satélite e aplicação de inteligência artificial. O panorama apresentado é preocupante: o Brasil perdeu 12% de sua vegetação natural nos últimos 35 anos, o que equivale a 82 milhões de hectares. Das 27 unidades da Federação, apenas duas (ES e RJ) conseguiram manter suas áreas de vegetação nativa. As demais registraram perda de área verde, com destaque para os estados de Rondônia (redução de 28%), Mato Grosso (24%) e Maranhão (16%).
Apesar de 59% do território brasileiro ser ocupado por floresta, parte dela está degradada ou em processo de degradação. De acordo com os dados, a vegetação secundária (aquela que foi desmatada ao menos uma vez) compreende 9% das florestas brasileiras; e 11% dessas áreas registraram ao menos um episódio de incêndio nesse período. As pastagens concentram a maior proporção de uso de terra no Brasil, ocupando ⅕ do território nacional.
Carta Capital, Estadão, Folha, G1 e Poder360 destacaram os dados.
ClimaInfo, 30 de agosto de 2021.
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