Bolsonaro adia reajuste na tarifa de energia para depois do 7 de setembro

Bolsonaro tarifa energia 7 de setembro

Bolsonaro pediu a seus ministros para guardarem notícias ruins para depois do dia 7, jogando o aumento da conta de luz para depois das manifestações – mais uma medida de enfrentamento da crise adiada para blindar o presidente. A notícia foi destaque no Poder 360, na coluna de Lauro Jardim n’O Globo e no IG. Já na CBN, Adriano Pires disse que a tarifa já está tão alta que não serve mais para reduzir a demanda e que novos aumentos só vão causar mais gatos, furtos e inadimplências. Depois, voltou a defender a queima de mais combustíveis fósseis. No Valor, Edvaldo Santana, ex-diretor da ANEEL, explica que o sistema elétrico precisa encontrar 18 GW, combinando um aumento na oferta com uma redução na demanda: “Impossível”, escreve e emenda: “Equivale a quase toda a região Sul”. Ele termina lamentando “muito o impagável aumento da conta de luz, que era evitável, eis que previsível e determinado por equívocos imperdoáveis.” Também vale ver uma matéria do G1 com opiniões de outros especialistas do setor.

Começa a tomar corpo a ideia de remunerar os consumidores pequenos pela redução de consumo que voluntariamente conseguirem. O primeiro problema é que a intenção inicial era pagar R$1 por kWh. Rapidamente alguém viu que a tarifa residencial anda na casa de R$0,70/kWh e que uma bonificação dessas teria um impacto fenomenal nas distribuidoras. Outro problema é que os bônus serão cobertos por um dos encargos embutidos da conta. Ou seja, quem não conseguir economizar paga o bônus para quem conseguir. Aliás, quem conseguir acaba pagando para si próprio. A notícia saiu no Estadão, Valor e n’O Globo.

Na semana passada, o governo lançou as regras para remunerar grandes consumidores de eletricidade pela redução de seu consumo. Mas, segundo o Valor, empresas relutam em aderir porque a economia está crescendo e a margem para reduzir o consumo é pequena. Também contribui a falta de clareza de como esse esquema funcionará.

 

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ClimaInfo, 31 de agosto de 2021.

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