O primeiro debate entre os candidatos à sucessão de Angela Merkel na Alemanha mostrou que os principais partidos no pleito do próximo mês querem aproveitar o tema climático como diferencial em seu favor, ainda que de maneiras bastante diferentes uns dos outros. A divisão do eleitorado alemão é o pano-de-fundo desse movimento: as pesquisas indicam que nenhum partido conseguiria obter mais de ¼ dos votos, com três despontando na preferência dos eleitores.
O Partido Verde, liderado por Annalena Baerbock, tenta recuperar o momentum de sua campanha e aproveitou o debate para reforçar sua plataforma climática mais ambiciosa: antecipar o fim da queima de carvão para geração de energia, impulsionar a geração eólica, obrigar todas as casas recém-construídas a terem painéis solares, e proibir a venda de carros com motores à combustão no final desta década.
Já o Partido Social-Democrata (SPD), que hoje faz parte da coalizão de Merkel no governo alemão, defende metas mais ambiciosas para geração renovável e para modernização da rede elétrica. Os social-democratas ganharam espaço nas últimas semanas, favorecidos pela popularidade de seu líder, o ministro da economia Olaf Scholz.
Os partidários de Merkel, da União Democrata Cristã (CDU) e da União Social Cristã da Baviera (CSU), contestaram as críticas à plataforma climática do atual governo e defenderam a ambição dos compromissos climáticos do país. Para o líder da coalizão conservadora, Armin Laschet, exigir mais da Alemanha representaria um risco de prejuízo para a economia do país, com regras e proibições excessivas.
Euractiv, Financial Times e Reuters destacaram os principais pontos do debate eleitoral na Alemanha.
Em tempo: A prefeitura de Paris anunciou nesta 2ª feira (30/8) uma nova restrição de velocidade nas ruas da capital francesa. Em quase 2/3 da cidade, o limite de circulação dos automóveis será de 30 km/h. Além de reduzir o risco de acidentes e atropelamentos e diminuir o ruído dos veículos, o novo limite também tem como objetivo reduzir a queima de combustível – e, consequentemente, as emissões de carbono dos automóveis. Entre as exceções, está a famosa avenida Champs-Elysées, que continuará com limite de 50 km/h, e o Boulevard Périphérique, o anel rodoviário que corta Paris, com 70 km/h. Associated Press, Euronews, Folha e Independent repercutiram a notícia.
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ClimaInfo, 31 de agosto de 2021.
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