Atrasos na vacinação e custos altos afastam a sociedade civil do Sul Global da COP26

COP26 vacinação

Enquanto negociadores e governos contam os dias para a abertura da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), representantes da sociedade civil de países em desenvolvimento seguem angustiados com a falta de garantias e a incerteza em torno de sua participação presencial nas conversas em Glasgow.

A principal bronca está nas vacinas contra COVID-19. O governo do Reino Unido tinha prometido iniciar uma campanha internacional de vacinação com foco nos representantes de países mais pobres, onde a vacinação oficial segue lenta (e, em alguns casos, inexistente). No entanto, nenhuma dose desta promessa tinha sido aplicada até ontem (1/9) e a maioria daqueles que se inscreveram para participar da vacinação não tinha qualquer informação sobre quando receberiam a primeira dose.

A preocupação está no calendário: imunizantes como os de AstraZeneca e Pfizer estão sendo aplicados em duas doses, com intervalo de algumas semanas. Considerando que faltam menos de nove semanas para a abertura da COP26, o tempo hábil para aplicação das doses e para o efeito de imunização é bastante curto. Qualquer atraso adicional pode representar um obstáculo sanitário para a participação presencial dessas pessoas na Conferência de Glasgow.

Outra preocupação está nas restrições à entrada de pessoas vindas de países que estão na “lista vermelha” do Reino Unido, Brasil incluído. Nesses casos, todos os viajantes desses países (mesmo aqueles vacinados) serão forçados a fazer uma quarentena de cinco dias em um hotel credenciado antes de poder circular em Glasgow. Não há maiores informações sobre os custos atrelados a essa quarentena e nem se as autoridades britânicas ou a ONU oferecerão qualquer ajuda para financiar a quarentena de representantes da sociedade civil de nações em desenvolvimento. Climate Home e Reuters fizeram um balanço das incertezas da sociedade civil do Sul Global sobre sua participação na COP26.

 

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ClimaInfo, 2 de setembro de 2021.

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