Estudo: queimadas afetaram 95% das espécies da Amazônia em 20 anos

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Um estudo de pesquisadores brasileiros, chineses e norte-americanos levantou o impacto das queimadas na biodiversidade amazônica. A conclusão é preocupante: mais de 95% das espécies de plantas e animais vertebrados conhecidos naquele bioma foram afetados por episódios de fogo desde 2001. As chamas também reduziram o habitat disponível para essas espécies em pelo menos 5% nos últimos 20 anos. Os resultados da pesquisa foram publicados nesta semana na revista Nature.

Os cientistas analisaram os efeitos do fogo em mais de 11,5 mil espécies de plantas e mais de 3 mil de animais vertebrados, entre aves e mamíferos. Das espécies que já eram consideradas como ameaçadas de extinção, entre 70% e 85% tiveram grande parte de seus habitats naturais devastados pelo fogo. Já as espécies não ameaçadas de extinção tiveram 64% de seu habitat impactado. Esses cálculos foram feitos a partir da combinação de mapas de distribuição de espécies conhecidas na Amazônia com registros de satélite da região desde 2001.

“Muitas espécies de plantas e animais da Amazônia possuem distribuições restritas, o que aumenta as chances desses incêndios florestais causarem grandes perdas em biodiversidade”, explicou Paulo Brando, pesquisador do IPAM e da Universidade da Califórnia em Irvine (EUA), um dos autores do estudo. Ele também assinalou a relação entre desmatamento e queimadas: na maior parte dos casos, o fogo acontece depois da derrubada da floresta. “Se reduzirmos o desmatamento na Amazônia, podemos também reduzir o número de incêndios florestais e as perdas em biodiversidade associadas”.

BBC Brasil, Folha, G1 e O Globo repercutiram os dados.

 

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ClimaInfo, 2 de setembro de 2021.

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