Petroleiras e traders fortalecem a atuação nos mercados de carbono

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O valor dos mercados de carbono em todo mundo aumentou 23% em 2020, segundo o WSJ, e fechou o ano valendo pouco menos de €240 bilhões. Assim, petroleiras como a BP e a Shell e grandes traders como Vitol, Mercuria, Trafigura e Glencore, estão reforçando suas áreas de mercados de carbono. No final de agosto, o preço da permissão europeia passou a marca de €60. Hannah Hauman, da Trafigura, diz que o valor dos mercados de carbono, já em 2025, pode ultrapassar o valor do mercado de petróleo. As maiores dificuldades, no momento, são a falta de conexão entre os mercados e a inclusão de projetos de créditos de carbono, como a proteção e a recuperação de florestas. Sobre este último, o artigo diz que as negociações sobre o Acordo de Paris na COP podem ajudar sua regulamentação. Enquanto isso não acontece, seu uso ficará sujeito à suspeição. Uma matéria do FT chama a atenção para a perda de credibilidade desses créditos ao serem usados mais para marketing do que para enfrentar o aquecimento global.

O Banco Central Europeu (ECB) está aumentando a pressão sobre os bancos comerciais para que implantem controles mais rigorosos quanto às ameaças da mudança do clima sobre suas operações – principalmente empréstimos e financiamentos – e espera relatos com previsões se esticando até 2050. O ECB também está preparando um estudo sobre os portfólios dos bancos contemplando a relação entre lucro e riscos climáticos. A notícia é da Bloomberg.

O Banco Europeu de Investimentos (EIB) anunciou a criação de um Conselho de Clima e Meio Ambiente para assessorar nas atividades que realiza para alcançar suas metas climáticas e de sustentabilidade. David Milliken, na Reuters, conta que o Banco da Inglaterra (BoE) também está avançando a mesma pauta com os bancos ingleses.

Pelo lado dos investidores, a pressão sobre compromissos corporativos para com a agenda ESG aumentou. As denúncias de greenwashing explodiram no mês passado, inclusive com a exclusão de fundos do mercado europeu de investimentos sustentáveis. Tim Quinson, na Bloomberg, comenta que os EUA ainda estão atrasados em relação a esses controles, mas que a perspectiva é que, lá também, auditorias e estudos reduzirão o número de aventureiros no mercado.

 

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ClimaInfo, 8 de setembro de 2021.

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