Até 2009, registravam-se 14 dias por ano em que, em algum lugar do mundo, a temperatura havia passado de 50°C. Na última década, o número passou para 26. Até a virada do século, essas temperaturas praticamente eram vistas só no deserto da península árabe. Agora, além da costa mediterrânea, a costa oeste da América do Norte também começa a registrar essas temperaturas. Frederike Otto, da Universidade de Oxford, foi categórico: estes aumentos são 100% consequência do aquecimento global. A notícia é da BBC e há uma versão em português.
O climatólogo James Hansen publica mensalmente sua análise das temperaturas ao redor do mundo. Ontem, saiu a edição referente a agosto. A boa notícia para ele é que o La Niña pode ser mais forte do que o previsto e ajudará a manter as temperaturas do inverno do hemisfério norte mais perto da média. O último inverno foi dos mais quentes na Europa e EUA. Mas, para nós, a notícia é bem ruim porque o La Niña está associado a poucas chuvas no Sudeste e Centro-Oeste. Hansen diz que a má notícia é a COP em Glasgow com as performances do que ele chama de gas bag politicians (políticos caracterizados pela sua volubilidade): são políticos “que não mostrarão os dados relevantes porque isso revelaria seus desempenhos medíocres. Em vez disso, eles fixam metas climáticas para seus filhos, mas não adotam as políticas que talvez dessem uma chance para que tais metas pudessem ser atingidas.”
ClimaInfo, 15 de setembro de 2021.
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