Os noruegueses foram às urnas na última 2ª feira (13/9) e deram a vitória aos partidos de oposição ao atual governo, chefiado pela premiê conservadora Erna Solberg. O líder trabalhista Jonas Gahr Store deve ser o futuro primeiro-ministro do país, em uma coalizão que reunirá outros partidos de esquerda. Um dos temas que deve pautar as conversas políticas em torno do novo governo será a questão climática, que ganhou espaço no debate eleitoral deste ano.
Em sua campanha, Store criticou a falta de ambição dos compromissos climáticos da Noruega e defendeu uma nova meta de 55% de redução das emissões do país até 2030 em relação a 1990. Outro compromisso climático feito durante a campanha foi a criação de um grupo governamental de especialistas para aconselhar o fundo soberano norueguês, que administra cerca de US$ 1,4 trilhão em investimentos, a direcionar aplicações para setores econômicos verdes. Por outro lado, ele se mostrou reticente quanto a propostas mais radicais, como o fim da produção de combustíveis fósseis, o setor econômico mais importante do país. Aliados do provável premiê devem cobrar alguma sinalização de data para esse objetivo antes de aderirem formalmente à nova coalizão governista. Associated Press, Climate Home, Financial Times, Guardian, NY Times e Reuters abordaram os principais desafios do novo governo norueguês e como a questão climática deve ganhar ressonância política.
Em tempo: Falando em eleições, Erika Solomon escreveu no Financial Times sobre a aproximação entre o Partido Verde alemão e setores empresariais e industriais do país. A movimentação é vista como uma tentativa dos Verdes em diminuir a resistência desses atores a um eventual governo do partido, que promete metas climáticas mais ambiciosas e chegou a liderar as pesquisas de opinião no começo do ano. Os números mais recentes apontam que os Verdes devem sair das urnas como a 3ª maior força política da Alemanha, atrás dos governistas da Democracia Cristã e da Social-Democracia.
ClimaInfo, 15 de setembro de 2021.
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