BC Europeu: custos da mudança do clima são muito mais altos do que os da transição verde

Banco Central Europeu

O verão de inundações e incêndios florestais deixou claro para os europeus que a crise climática pode impor grandes prejuízos à economia. O Banco Central Europeu (BCE) divulgou nesta semana o tamanho potencial desse rombo: no pior cenário, o PIB europeu poderá diminuir 10% até 2050, uma queda puxada em parte por um salto de 30% na inadimplência em empréstimos corporativos às empresas mais expostas a riscos climáticos. O BCE analisou o impacto potencial da crise climática em 4 milhões de empresas e 1,6 mil bancos do continente nos próximos 30 anos. “Sem políticas de transição para uma economia mais verde, os riscos físicos aumentarão com o tempo, e de forma não linear”, explicou Luis de Guindos, vice-presidente do BCE. “É essencial fazer a transição desde agora e de maneira gradual para que possamos mitigar o custo da transição verde e o impacto futuro dos desastres naturais”.

No sul da Europa, o maior risco climático seria as ondas de calor e os incêndios florestais. Já no norte, as enchentes seriam o evento extremo mais frequente. Em todos os casos, a ocorrência desses eventos afetaria a capacidade de crédito das empresas. Ao mesmo tempo, as empresas de mineração e energia seriam as mais afetadas pelos custos de transição, já que emitem grande quantidade de gases de efeito estufa e possuem regras e metas mais rígidas para sua redução.

Associated Press e Financial Times repercutiram a análise do BCE.

 

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ClimaInfo, 24 de setembro de 2021.

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