O dilema dos pequenos estados insulares entre a indústria do turismo e a mudança do clima

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O turismo é uma atividade econômica crucial para diversos pequenos países insulares, especialmente o turismo associado aos atrativos naturais, como praias, recifes de corais e florestas. A pandemia atingiu em cheio essa indústria no último ano e meio, com a circulação internacional de pessoas praticamente congelada. Agora, com a retomada das atividades, esses países esperam ansiosos pelo retorno dos turistas e, com eles, de seus dólares e outras divisas externas valiosas.

O problema é que isso impõe um dilema para esses países, que também estão entre os mais vulneráveis aos efeitos da mudança do clima. Mais turismo significa mais circulação de pessoas (por ar, mar e terra) e, consequentemente, mais emissões de gases de efeito estufa. Mallika Sen escreveu sobre o problema na Associated Press, destacando o caso das Maldivas, um país que pode estar condenado a desaparecer caso o aquecimento médio do planeta supere os 2°C em relação aos níveis pré-industriais até o final do século.

“As Maldivas identificaram isso anos atrás e concluíram: ‘vamos continuar nosso desenvolvimento do turismo, porque essa é a única maneira de ganhar dinheiro nas próximas décadas antes que nossas ilhas sejam perdidas’”, explicou Daniel Scott, da Universidade de Waterloo (Canadá) e um dos criadores do Índice de Vulnerabilidade Climática para o Turismo.

Com a pandemia, o dilema ficou mais forte. Sem dinheiro e cada vez mais frustrados com a falta de ação das grandes economias globais contra a mudança do clima, muitos desses pequenos países insulares são forçados a escolher entre o ganha-pão de agora e a existência de um lar no futuro.

 

ClimaInfo, 30 de setembro de 2021.

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