Clima extremo: nova tempestade de poeira deixa quatro mortos no interior de SP

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Pelo menos quatro estados brasileiros registraram tempestades de poeira na última 6a feira (1º/10). A situação foi mais grave no interior de São Paulo: em Presidente Prudente, o vento destelhou casas, derrubou árvores e provocou o fechamento do aeroporto da cidade. Ao menos quatro pessoas morreram em decorrência do fenômeno: três vítimas perderam a vida durante uma operação de combate a incêndios em Santo Antônio do Aracanguá, e outra morreu em Tupã depois do desabamento de uma parede em construção. As nuvens de poeira também causaram problemas em Goiás, Mato Grosso do Sul e Maranhão. Folha e O Globo repercutiram a notícia.

No domingo retrasado (26/9), uma tempestade de poeira cobriu a região de Franca e Ribeirão Preto. As imagens dramáticas registradas por moradores ganharam as redes sociais na semana passada, causando comoção. Na Folha, Reinaldo José Lopes lamentou a situação dramática do meio ambiente no interior paulista. “O vento que despejou em cima de Franca o que restava do solo fértil dos arredores mostrou, sem disfarces, o que eu já andava intuindo há algum tempo. Nós, caipiras, gastamos o nosso cheque especial ecossistêmico como se não houvesse amanhã – e está chegando a hora de pagar os juros. Spoiler: se não criarmos vergonha na cara, e rápido, vamos ter de penhorar até as calças”.

Os principais fatores por trás dos haboob são a seca que atinge boa parte do Brasil e o desmatamento geral. Com a falta de chuvas, o solo ressecado e exposto acaba levantando com mais facilidade em contato com o vento mais forte, causando nuvens de poeira.

Sonia Bridi, no Fantástico, apresentou uma matéria importante, completa e explicativa sobre o fenômeno, ressaltando as práticas agrícolas inadequadas que estão na raiz destes acontecimentos.

Folha e UOL destacaram o avanço do racionamento de água no interior de SP: com o nível dos reservatórios caindo dia após dia, a região chegou ao 6º mês seguido com cortes no abastecimento que já afetam pelo menos 2 milhões de pessoas. Na Grande SP, a situação é preocupante: o nível do Sistema Cantareira, principal reservatório de água para a região, está abaixo dos 30%, o menor índice em mais de cinco anos. O Estadão deu mais informações.

Além de problemas de abastecimento de água, a seca também prejudica a economia agrícola em um dos principais celeiros produtivos do país. A Folha destacou o impacto da falta de chuvas na produção, com agricultores sendo forçados a rever seu planejamento para o cultivo e suas perspectivas para a próxima safra.

Já o Valor abordou o reflexo da seca na região de Corumbá: a empresa Hidrovias do Brasil prevê que a redução do nível do calado dos rios pode impedir o funcionamento do transporte hidroviário no eixo Paraguai-Paraná no mês de outubro.

 

ClimaInfo, 4 de outubro de 2021.

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