Risco climático: bancos começam a rejeitar serviços para empresas fósseis

Bancos riscos climáticos

A Bloomberg destacou como alguns bancos europeus, temerosos com o risco climático de suas operações, estão começando a rejeitar clientes de setores econômicos intensivos em carbono. Para não se amarrar com possíveis “ativos encalhados”, os bancos estão aumentando suas tarifas, rejeitando pedidos de empréstimos e, em alguns casos, rompendo o relacionamento com clientes de alto risco.

O principal setor afetado por esse movimento é o carvoeiro, que se tornou o mais recente “para-raio” da indústria fóssil, sob pressão crescente em todo o mundo para reduzir e acabar totalmente com a queima de carvão a partir da próxima década. Mas, ao menos na Europa, os bancos também começam a olhar com mais detalhes outros tipos de operação, como financiamento automotivo e até mesmo hipotecas, para evitar se expor a possíveis riscos de natureza climática no futuro.

“À medida que a transição para fontes renováveis se acelerou, muitos investidores começaram a reconsiderar a ideia de possuir ativos de combustíveis fósseis”, escreveu Kate Mackenzie na Bloomberg. Ela lembrou o 10º aniversário do primeiro relatório sobre a “bolha do carbono”, pela Climate Tracker Initiative, que reuniu alguns dos argumentos mais sólidos contra a economia fóssil que influenciaram o debate recente sobre transição verde. “Muito do que ele alertou já aconteceu. Muitas das empresas listadas como as que tinham mais reservas de carbono adotaram políticas que considerariam absurdas há uma década atrás”.

Em tempo: Enquanto isso, a Áustria anunciou um imposto progressivo sobre as emissões de carbono. De acordo com a Bloomberg, a taxação começará com 30 euros por tonelada a partir de julho de 2020, com aumento gradual nos meses subsequentes até chegar a 55 euros em 2025. Os recursos arrecadados por esse imposto ajudarão a compensar a redução da carga tributária sobre a renda dos austríacos, como parte de um acordo entre conservadores e verdes no governo do país. Associated Press e Financial Times também destacaram essa informação.

 

ClimaInfo, 5 de outubro de 2021.

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