Indústria naval pede apoio governamental para desenvolver tecnologias de baixo carbono

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A Câmara Internacional de Navegação (ICS), que representa a maior parte da indústria naval global, apresentou nesta semana seus planos e propostas para ação climática à Organização Marítima Internacional (IMO). O principal destaque é o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 25% até 2030 e, finalmente, a zero até 2050.

No entanto, a promessa vem com uma pegadinha: isso só acontecerá se os governos ajudarem com recursos para o desenvolvimento de uma nova tecnologia de baixo carbono para abastecer as embarcações.

Para tanto, o setor recomendou a imposição de uma taxa obrigatória sobre o combustível naval, a partir da qual os governos arrecadariam recursos para pesquisa e desenvolvimento em soluções renováveis para o transporte marítimo comercial.

O Guardian repercutiu a reação de ambientalistas, que não gostaram do anúncio da ICS. A principal bronca está no fato da entidade ter rejeitado a inclusão do transporte marítimo no sistema de comércio de emissões da União Europeia. Para eles, a extensão das regras para o setor permitiria a arrecadação de cerca de US$ 70 bilhões só nesta década, dinheiro que poderia ser destinado para atividades de pesquisa e desenvolvimento. “Se a indústria marítima leva a sério a descarbonização, ela deve apoiar a precificação do carbono para gerar receita, como os europeus estão propondo”, defendeu Faig Abbasov, do think tank Transport & Environment. A Associated Press também abordou essa notícia.

 

ClimaInfo, 7 de outubro de 2021.

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