“Vozes caladas”: desigualdade climática também se reflete na ciência

6 de outubro de 2021

Nesta semana, os físicos Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi foram laureados com o Nobel de Física por conta de sua produção científica relativa ao clima terrestre. A premiação foi celebrada em todo o mundo como o primeiro grande reconhecimento de pesquisadores da ciência climática.

No entanto, nem tudo é motivo para celebração. Uma análise do Carbon Brief mostrou o abismo que ainda separa cientistas de países ricos de seus colegas de nações pobres. O levantamento registrou o gênero e o país de afiliação de cada autor dos 100 artigos de ciência climática mais citados entre 2016 e 2020, reunindo dados de mais de 1,3 mil autores.

Como esperado, quase ¾ dos cientistas são da Europa (40,7%) e da América do Norte (33,2%); na outra ponta, América do Sul e África juntas representam menos de 4% dos autores citados. Nove em cada dez autores são filiados a instituições do Norte global, incluindo a Oceania. Estados Unidos (30%), Austrália (15%) e Reino Unido (10%) se destacam entre os cientistas do clima citados.

A desigualdade também é a marca quando se analisa o gênero dos cientistas em questão. Mulheres são menos da metade do total de autores em todos os continentes. Apenas 12 dos 100 artigos analisados tiveram mulheres como autoras principais.

A BBC também abordou esses dados.

 

ClimaInfo, 7 de outubro de 2021.

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