Leilão fracassa e governo Bolsonaro não consegue conceder áreas de exploração em santuários ambientais marinhos

leilões de petróleo

Um fracasso retumbante. Esse é o balanço da 17ª rodada de leilão de blocos de exploração petrolífera na costa brasileira, realizada nesta 5ª feira (7/10) pela ANP. Entre as 92 áreas oferecidas, algumas se localizam em zonas de alta diversidade biológica marinha, tanto nas proximidades do arquipélago de Fernando de Noronha e do Atol das Rocas, quanto no litoral de Santa Catarina.

Mesmo com preocupações ambientais óbvias, o governo levou o leilão adiante. Resultado: apenas cinco blocos foram arrematados, todos pelo preço mínimo, e nenhum deles nas áreas em questão.

O governo arrecadou pouco mais de R$ 37 milhões, o menor valor em um leilão de áreas exploratórias da ANP. Nove empresas foram habilitadas para o leilão, mas apenas duas fizeram propostas, nenhuma brasileira. As cinco áreas leiloadas foram arrematadas por uma parceria entre Shell e a colombiana Ecopetrol.

Com sorriso amarelo, o ministro Bento Albuquerque tentou justificar o mico e se saiu com uma pérola da retórica fóssil em tempos de crise climática. “A indústria de petróleo e gás no Brasil está crescendo, está trazendo bastante benefício à sociedade, com geração de empregos e renda”, disse o almirante-ministro – curiosamente, o mesmo que lamentou no mês passado o fato do Brasil viver sua pior seca em mais de nove décadas. Deve ser difícil juntar lé com cré, né ministro?

Estadão, Folha, g1, O Globo e Valor repercutiram o fracasso do governo federal no leilão das novas áreas de petróleo. Na CBN, Míriam Leitão explicou o baixo interesse pelos lotes.

 

ClimaInfo, 8 de outubro de 2021.

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