Kerry joga balde de água fria em expectativas para a COP26

COP26 John Kerry

Um dia depois de o presidente da COP26, Alok Sharma, pedir mais ambição e vontade dos países nas negociações climáticas, o enviado especial dos EUA, John Kerry, não se furtou em sinalizar exatamente o inverso.

Em entrevista à Associated Press, o ex-secretário de estado norte-americano demonstrou incerteza quanto à possibilidade de novos compromissos e metas pelos principais emissores de carbono do planeta em Glasgow, ressaltando que alguns países ainda estão aquém no que diz respeito às promessas de redução de emissões e de financiamento climático. “Quando a COP terminar, saberemos quem está fazendo sua justa parte e quem não está”, disse.

Kerry não será o único representante da Casa Branca nas negociações em Glasgow. O presidente Joe Biden confirmou que participará dos primeiros dias da Conferência, durante o segmento de alto nível com outros chefes de estado e de governo. De acordo com a CNN, Biden estará acompanhado por 13 membros do alto escalão do governo dos EUA, entre secretários e representantes oficiais. Antes de ir à Escócia, Biden fará uma parada em Roma, para participar da cúpula do G20, entre os dias 30 e 31. Bloomberg, CNBC e Wall Street Journal repercutiram a notícia.

A Reuters noticiou que a Turquia, último país do G20 a ratificar o Acordo de Paris, será beneficiada com empréstimos de mais de 3 bilhões de euros, em um entendimento conduzido pelo Banco Mundial e pelos governos de Alemanha e França. As autoridades turcas tinham condicionado a ratificação do Acordo à reclassificação do país como “nação em desenvolvimento” no âmbito da UNFCCC (o que permitiria o recebimento de ajuda financeira e tecnológica), mas a oferta de recursos facilitou o processo.

Já a Bloomberg destacou o incômodo da África do Sul com uma possível restrição do financiamento climático para países que não interromperem novos projetos de energia a carvão. O ministro de energia do país, Gwede Mantashe, argumentou que esse tipo de exigência não pode ser aplicado a nações em desenvolvimento, que precisam de energia para se desenvolver. O carvão corresponde a mais de 80% da matriz elétrica do país.

 

ClimaInfo, 15 de outubro de 2021.

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