“1ª metade” da COP de biodiversidade termina com avanços, mas adia discussão sobre metas globais

COP15 Biodiversidade

A Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB) concluiu na 6ª feira (15/10) a 1ª parte da sua COP15 na China. O principal resultado das discussões foi a Declaração de Kunming, assinada por mais de 100 países, que se comprometeram a criar um novo pacto global para proteção da biodiversidade. Outro resultado importante foi a criação de um fundo internacional para conservação ambiental, com uma dotação inicial de US$ 233 milhões do governo da China.

Por causa da pandemia, a Conferência foi adiada e dividida em duas etapas: a primeira, realizada na semana passada, com discussões virtuais e algumas sessões específicas presenciais; e a segunda, que acontecerá entre abril e maio de 2022, com todos os negociadores e participantes presentes na cidade do sudoeste chinês.

Exatamente por causa desse layout de negociação, os países preferiram jogar os pontos mais delicados da negociação para frente, como uma possível meta de proteção legal ambiental de 30% da área terrestre do planeta até 2030 e uma nova estratégia global para coordenar ações em prol da biodiversidade.

N’((o)) eco, Cristiane Prizibisczki fez um panorama das discussões realizadas pela CDB na última semana e as expectativas para a próxima etapa da COP15 de Kunming. Folha e Estadão também repercutiram análises e reportagens internacionais sobre os resultados preliminares do encontro global sobre biodiversidade.

Já o Guardian abordou as ambiguidades ambientais dos anfitriões chineses na COP15. O governo de Xi Jinping tem ressaltado a preocupação ambiental e climática nos últimos anos, com objetivos e políticas substanciais de proteção ambiental e de ação contra a mudança do clima. No entanto, as mudanças não estão acontecendo na velocidade e na dimensão necessárias para viabilizar o projeto de “civilização ecológica” de Xi. Pior: com a pandemia e a crise recente do setor elétrico, o país reforçou os gastos com combustíveis fósseis, em especial o carvão. Ou seja, o governo chinês promete ambição ambiental, mas entrega mais poluição e emissões de carbono

 

Leia mais sobre COP26 e crise climática no ClimaInfo aqui.

 

ClimaInfo, 18 de outubro de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.